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Mostrando postagens de outubro, 2023

Autoengano

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 As consequências de iludir a si mesmo Já vão se passar semanas desde o dia que escrevo essas palavras e acredito que até chegar o dia dessa publicação, o relato que vou contar abaixo seja apenas uma vaga lembrança de um desconforto que sinto no momento atual. Hoje tirei uma parte da manhã para conversar com um grande amigo meu. Nas trocas de mensagens e áudios fiquei consternado ao saber que um conhecido que temos um comum, ao qual não tenho muita intimidade, eis o fato de não chamá-lo de amigo, está vivendo uma situação pra lá de ruim. E que pode ter consequências terríveis. Vou chamá-lo de Erick.  Erick vive há anos com uma mulher que suga todas as suas economias. Aliás, Erick não possui nenhum dinheiro guardado. Esse "casamento" que o Erick mantém com sua mulher é tão pouco convencional que me reservo ao direito de ser bem superficial pra não contar muito da intimidade de alguém que nunca me deu autorização. Hoje, após todas as conversas que tive ao longo dos anos, tendo ...

Pena de Ganso

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Que febre é essa? Trocar, trocar, expressar além de todo o limite. Essa vontade, essa vontade de não ser pedra, nem bicho, deixar nossa passagem marcada, gravar. Gravar o que vai dentro da gente, deixar para que qualquer um, seja quem for, seja quando for, seja onde for, experimente as mesmas coisas da gente ou reconheça, nas coisas da gente, as próprias coisas, e escape, assim, da tristeza enorme de pensar - é só comigo que acontece assim.

Meditações

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  O que fazes aqui, ó imaginação? Vá embora, pelos deuses eu lhe peço, não preciso de ti. Você veio, decerto, por conta de um velho hábito. Não me aborreço contigo: apenas vá embora.

Sobre o que é

Hoje provavelmente é um dos dias mais desanimadores que já tive no trabalho. Ler em linhas resumidas que nada daquilo que me esforcei, gastei tempo, energia e envolvimento pessoal não vale nada, nem mesmo uma nota no rodapé, foi provavelmente um dos momentos mais baixos que tive no meu trabalho. Depois disso, me desconectei. Peguei a chave do carro. Desliguei o computador. Me despedi dos colegas. Saí pela porta sem saber se quero voltar. Espero que alguém apague a luz.  Não estou no trabalho pela fama, pela glória ou pelo palco. Não estou esperando uma portaria de elogio, ou o nome idiota que seja. Nem sei se estou por causa do salário. Tenho responsabilidades para pagar e só. Vou religiosamente ao serviço e acho o ambiente agradável. Acho até, ou pelo menos achava, que gosto do que faço. Não posso dizer que me sinto realizado, porque não sinto, e não sei mais mentir para mim mesmo sem sentir o peso das consequências. Gosto de resolver os problemas que chegam até mim.  Após o ...

Marcas do tempo

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  De quanto tempo mais você precisa? Hoje me olhei no espelho. Passei a mão sobre a minha barba e fiquei tentando alinhar um outro fio fora do lugar. Um fio branco ali e acolá. Uma espinha fora de hora. A iluminação não ajudava naquela hora da manhã, mas eu não me importei. Eu queria mesmo olhar para mim e notar qualquer pequena diferença que fosse. Mais um dia de vida, mais um dia para comemorar. Procurei por marcas deixadas pelo tempo . Um sinal de catapora, uma mancha de pele, um cravo não expulso. Procurei várias e ao mesmo tempo me perdi em pensamentos sobre o que exatamente eu estava buscado. Me perdi alguns minutos em pé em frente ao espelho divagando sobre como nada daquilo é de fato importante para mim: beleza, vaidade, ego, palco, sinais. Olhei para o meu rosto e tentei delinear alguma marca do tempo que há muito não noto. Busquei meu nariz, minha boca, minha sobrancelha que agora é rebelde e teima em ficar fora do lugar e encarei meus olhos. Olhei bem fundo e mergulhei ...

Essencial

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Essa talvez seja a parte 2 do meu texto Diálogos . Pois, sim, diálogos pessoais são importantes. E muito do que escrevi naquela data ainda reverbera ao longo dos dias nas minhas ações, escolhas e principalmente nas minhas conclusões. Diálogos , frutos de muitas reflexões. Antes preciso recordar um episódio. Semana passada, um hábito que aos poucos me vi fazendo, recomendei a leitura de dois textos aqui do blog para minha colega de trabalho, Mariângela* . Percebo que no fundo eu tenho algum orgulho do que escrevo. Ou talvez, não seja exatamente isso, e sim o que é de fato: eu não sinto vergonha do que escrevo, eu não sinto vergonha em expor minhas observações do mundo e de mim mesmo. Minhas perspectivas. Das coisas que escrevo, os episódios que reconto, há um limite confortável que eu respeito. Procuro não ser muito pessoal com os terceiros. Vez ou outra algum amigo é citado, porém me reservo o direito de não colocar seus nomes, pelo menos não os verdadeiros. E no dia em que aquele text...

Coincidências

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[...] Rascunhos que fiz na manhã de um domingo de julho enquanto aguardava o começo de um concurso público que prestei. Houve uma pequena confusão na entrada e um dos fiscais me deixou temeroso. Por alguns minutos temi não poder realizar a prova. Foi tudo uma questão de interpretação errada e isso me levou a voltar no tempo quando prestei um outro concurso e durante a realização da prova uma situação ocorreu comigo e por pouco eu não fiquei de fora do certame. E lá se vão 12 anos... E isso me fez refletir se o que acontecia pela manhã não era um presságio ou apenas uma mera coincidência - Pensamento Pendular A última vez que enfrentei algum tipo de confusão ao fazer um concurso público foi do meu atual emprego como funcionário público. Será um bom presságio? Hehe. Não sei. Não costumo mais, ou pelo menos tento com muita consciência, ligar pontos imaginários ou imaginar coincidências. Essas superstições só me levaram a bobagens e muitos dos futuros imaginários por onde viajei. Nossa, e ...

Mensagem na garrafa

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Um dia vou olhar para esses meus textos com uma mistura de emoções: orgulho, saudade, risadas, esquecimento, estranhamento e … bom, eu mesmo não sei mais o motivo ou o sentimento que me levou a escrever muitas coisas (essa é a parte do esquecimento). Gosto de rever essas palavras, reler minhas observações. Tem um pouco de narcisismo aliado a falta de vontade de ocupar meu tempo com trabalho produtivo nas quatro horas finais do meu expediente. As palavras que deixo são para o mundo e também são para mim. São como mensagens em garrafas, fazendo alusão a uma lenda urbana sobre colocar manuscritos em recipientes e deixar ao sabor do tempo e das marés - e torcer para que alguma alma letrada os encontrem. Algo que pode soar estranho para o século XXI com suas mensagens instantâneas, transmissão simultânea de pensamentos e teorias da conspiração percorrendo em segundos a terra plana, oca ou em formato pneumático.  É tudo cada vez mais rápido e na ponta dos dedos. Na mesma tela do celular ...

Uma gota no oceano

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Eu tenho uma amiga E o mais interessante disso tudo, talvez ela nem saiba. Responder às suas mensagens carregadas de sarcasmo ácido é um dos momentos que compartilhamos juntos. Há algo de agressivo, sádico, agressivo (novamente) em seu tom. É o mais próximo de um relacionamento tóxico que possuo em minha vida adulta - recomendado pelos melhores terapeutas. Aprendi a contornar essas respostas, respondendo. Porém não na mesma moeda, e sim oferecendo minha sincera e real amizade, com algum sarcasmo, afinal, tenho sangue nas veias. Torço por ela. Sei que eu, e ela, compartilhamos um sofrimento em comum. Somos dois deslocados. Não estamos muito interessados nos modismos. A sociedade não perdoa. Aliás, não uso roupa de marca, e agora me veio a vaga lembrança de eu vê-la usando a mesma calça cargo de 10 anos atrás. Ser um observador da moda com desinteresse, e não um participante do desfile, pode ser também uma porta para a economia, alguns dão a isso o nome de mesquinharia. E talvez seja....

Garfield #1

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Começa Assim

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Solte a embreagem Toda pessoa que aprendeu a dirigir carro manual já passou por essa experiência. Traumática, real e necessária. Antes preciso explicar para algum leitor desavisado não nascido no século passado que ainda existem, juro, carros em que é necessário fazer a troca manual das marchas. Esses carros já foram guiados pelos egípcios, no Egito antigo, e por fenícios, em algum lugar chamado "Fenícia", ou algo parecido.  Neles, o piloto-motorista deve ao acelerar, com o giro do motor elevado, fazer uma operação rápida e precisa de pedais.  O pedal esquerdo deve ser afundado, ao mesmo tempo que o direito é retirado do acelerador, nesse momento, com a mão direta (caso você não dirija na Inglaterra, ou outro país de mão inglesa) faz-se o movimento com a manete de marchas para a próxima marcha, de preferência na sequência. De terceira para quarta, de quarta para quinta, e de quinta para o muro.  Não existe carro popular com mais que seis marchas. Claro, me refiro as cinco...