Falhas e Fraudes


Ontem não acertei, tive que começar de novo. Comi mais do que devia, sei que vou ter uma noite difícil de sono e algum desentendimento com a balança. Perdi a hora, acordei atrasado. Dormi demais, fui rápido em desligar o despertador, mas lento no levantar. Terminei minha tarefa em cima da hora, e em alguns momentos me peguei pensando em deixar pra depois. Olhei para a pilha de coisas que tenho que terminar no trabalho e soltei um suspiro de frustração. Seis, sete, dez... não. Doze pessoas me mandaram mensagem ao mesmo tempo. Não sei quem quero responder primeiro, não sei o que é urgente de verdade, nem sei se quero me aprofundar em nenhum desses assuntos. Hoje não fiz meu yôga. A vontade de dormir um pouco mais, a roupa que não estava no lugar, o desejo de se enfiar embaixo das cobertas mais cinco minutos. 

Hoje, ontem, ontem e hoje. Pequenas falhas. Pequenos deslizes, chateações. Intolerância comigo mesmo. Aceito algumas, outras não compreendo. Termino mais um texto (uma reflexão) pensando que poderia ter escrito mais, refeito algum parágrafo, desenvolvido melhor alguma ideia. Não me dou por satisfeito e passo os últimos 10 minutos lendo e relendo o que já escrevi - será que fui sincero sobre o que senti?

Todo mundo tem dúvidas: sobre os caminhos a seguir, as decisões que tomou. Assim como todos cometem deslizes, uns mais para lá, outros mais para cá. São falhas, repetições e velhos erros. Quem nunca? Me pergunto. E já tenho a resposta na ponta dos dedos: todo mundo se sente uma fraude, em algum momento.


Marcel

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