Descaminhos

Hoje, acompanhando as atualizações em redes sociais de um antigo colega da faculdade, li uma frase impactante. Algo sobre pessoas boas e pessoas más. Havia até um sabor de novidade naquelas palavras - mesmo que o formato da mensagem seja bastante batido: letras grandes, garrafais, nome do autor/pensador ou um bilionário da vez se passando por sábio, fundo escuro com a imagem de um homem forte barbudo (de aspecto lenhador) em meio a um ambiente hostil.

A imagem, assim como toda mensagem caso não tenha ficado claro, tenta passar resiliência, resistência contra as intempéries do tempo e dos tempos que vivemos. É algo que quer ser mais profundo do que apenas palavras em um fundo pseudo inspirador.

Não acho errado esse tipo de mensagem, mas há algum tempo eu reflito se essas frases soltas, versículos bíblicos, trechos de músicas, epifanias, anedotas, histórias antigas embaladas no formato digital, transmitem algo de fato, ou se apenas estamos (e me incluo) tomando emprestado dos outros reflexões que não garimpamos nos recantos profundos do próprio ser.

E não venha me dizer que leu em um livro. Todos devem investigar as próprias emoções, o porquê e as razões, o motivo de rompantes de fúria, feridas que não curam, o gosto amargo das frustrações, desgostos. Se entregar aos descaminhos, sem pressa e sem medo, no silêncio das horas, alheio aos modismos da sociedade. Buscar a paz nos pensamentos, clareza nos objetivos e, principalmente, a quietude n'alma de olhar para o presente e entender que não se está em dívida com nada - a começar com a mais importante, a própria consciência.

É difícil e, como todas as coisas difíceis da vida, segue uma receita simples: começa com uma intenção genuína, depois os primeiros passos - e sigamos com a jornada. 



Marcel

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