Algumas vezes

Certo dia escrevi um bilhete para mim mesmo. Muitos recebem como destino a lata do lixo, ou ficam perdido em anotações, isso quando não sofrem o pior dos destinos: uma anotação mental que jamais verá a luz do dia.

Eu acabara de fazer minha sessão matinal de yôga. A meditação foi guiada por um instrutor que eu não conhecia - um rosto novo para mim. O instrutor exalava toda a experiência e anos de dedicação naqueles pequenos instantes em que me percebi admirando a pose ereta e a perfeita harmonia de gestos, palavras e instruções.


Já ao final da sessão ele falou algo que me atravessou como uma corrente elétrica: as vezes tudo o que precisamos é de uma palavra para nós mesmos. Então me pus a escrever:

Algumas vezes,
tudo o que precisamos é uma palavra
Para reconectar com o próprio mundo interior
Uma palavra gentil

Que nos desligue do fluxo sem fim
Da trilha interminável de coisas a fazer
Uma palavra apenas
Que nos traga de volta

Que nos aproxime
E nos afaste das distrações do mundo
Uma palavra necessária

Atento os sons da própria respiração
Atento ao que realmente importa
Uma palavra de paz


Marcel

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