Novos Diálogos
Falar abertamente sobre o que vem à minha cabeça. É assim que começo essa pequena, e rápida, divagação.
O tempo me oprime. Tenho hora para dormir, hora para levantar. O relógio é indiferente para mim, ou para os meus sentimentos. Estou apenas vivendo, em outros momentos, correndo atrás das horas.
Já vi o tempo passar de várias formas. Estudando horas na madrugada em busca de glória através dos estudos. Lendo um bom livro, ou jogando videogame. Também já dediquei outras horas da minha vida a estar junto dos meus e me sentir querido. Às vezes são minutos dirigindo conversando com um filho, outras vezes com diálogos intermináveis em meios eletrônicos sobre os assuntos mais aleatórios com amigos e conhecidos.
E tudo são diálogos e mais diálogos. Com outras pessoas, com minhas decisões. Diálogos internos que me acompanham nas diárias idas e vindas do trabalho. Monólogos longos, pensamentos e diálogos. Diálogos sobre o que consumo, visto, bebo ou vejo. Diálogos sobre o que acontece no mundo - e até sobre aquilo que só acontece dentro da minha cabeça.
Diálogos na superfície, reflexões profundas. E quanto mais travo diálogos, mais me descubro pensando sobre o todo, sobre o tempo e os instantes. Mais observo a passagem dos dias. Cada vez mais o meu ser se transforma, minha sabedoria expande, e menos crio grandes (ou pequenas) expectativas.
Roupa diferente, novos hábitos alimentares (esse novo diálogo que estabeleci com meu corpo e minha saúde), e ainda sou o mesmo eu. Descrente, às vezes decidido, por vezes esquecido, distraído, ora espantado, observo e observo. Quanto tempo já se passou?
Aponto um holofote bem forte para o momento presente, e deixo de lado alguns receios. Nem ansioso, nem cansado. Apenas sinto, reflito e me sento nessa mesa para escrever palavras diferentes, novos dizeres, para velhas emoções. Traçando novas linhas, novas frases. Atento aos novos diálogos, sinceros e necessários, que tenho que travar.
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