O ápice

Não estão sendo dias fáceis.

Eu acordo pela manhã e tenho muita dificuldade em iniciar minha rotina. Por vezes divago no espelho do banheiro. Vagarosamente tomo uma ducha. Devagar, quase parando, estendo meu tapete de yoga. Com o celular na mão começo a rolar o feed. Cada vídeo é o meio de um filme, ou final de uma série.

Recoloco os pensamentos em ordem. Percebo que estou há vários minutos parado sem fazer nada de importante - e também, constato, nada de começar meu yoga. O relógio me pune. Me lembro da pequena urgência dos horários. Atrasar não é tão ruim. Não começar, por outro lado, quase fatal.

Por que estou assim? O que me tirou minhas energias logo tão cedo? O que é isso que me tira dos eixos logo ao levantar e não me permite dar um único passo sequer em direção ao meu dia. O que me atrasa o início dos meus rituais matinais?

O que me falta? O que me sobra? O que me preenche?
O que me faz me sentir tão vazio assim?


Todos temos altos e baixos.
Dias bons, semanas ruins.
Felizes, inseguros e reais.
Perdidos, possíveis e imaginativos.

Aprendi com os meus momentos baixos a admirar o melhor dos meus dias, e sempre encontrar um meio para atingir o topo dos desafios diários. Tão importante quanto admirar meu melhor momento, e tirar lições dos meus fracassos pessoais, é me encontrar no meio disso tudo, sem perder de vista meu próximo passo, como quem anda com uma lanterna em um quarto escuro.

Esse é o ápice da minha consciência.


Marcel

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