Falhas
Em algum momento do dia a conversa surgiu. Um comentário sobre o amigo do filho que usou um medicamento famoso para queda capilar na barba. Ele queria "reparar as falhas da barba". E depois o assunto se encerrou com "Mudou o rosto do rapaz".
Nessa hora me pergunto: o quanto o examinar das falhas (reais) é importante?
Faço uma pausa e começo a me examinar. Quando, de fato, eu coloco as lentes certas para observar as falhas reais e sérias que possuo? A verdade é dura, assim como a resposta que dou a mim mesmo: quase nunca.
A grande maioria, ainda que de fôrma única, nasceu com os mesmo ingredientes. Surgimos todos da mesma mistura. Os mesmos vícios e defeitos. O que cada qual coloca em destaque nas muitas prateleiras da alma é o nome que se dá ao cárater; ou examinando externamente, "personalidade".
O fato é, para mim, o que pode ser um defeito menor, é do tamanho exato que me proponho a dar. As coisas são do tamanho que devem ser. E é não exagerando no tamanho, ou não perdendo o foco, que ajusto minhas lentes e examino as falhas reais e profundas do meu caráter que merecem atenção.
Sim, elas estão aqui e ali. Algumas bem debaixo do meu nariz. Cabe a mim repará-las.
Infelizmente, esse é um remédio que não está à venda nas farmácias. E lamento muito por isso. O exercício de trocar as lentes, e examinar as falhas, é que nos torna mais humanos - e menos deslumbrados com falhas superficias. Isso sim, mudaria não apenas rostos na frente do espelho, mas sim toda sociedade.
Marcel
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