Chamas

Incômodos em chamas às 3 da manhã

Eram 3 da manhã quando acordei. Havia uma cacofonia de pensamentos que estavam me pertubando.

Eu já tive muitos episódios assim: excesso de pensamentos, preocupações exageradas, ansiedades e uma imaginação ágil com um gato de madrugada me deixando desperto por horas e horas dentro da minha cabeça. Já vivi vidas e travei batalhas inteiras dentro de mim nesses momentos.

Desisti de lutar com o sono e me entreguei. Levantei, liguei a televisão e me comprometi a ver um episódio da série que estou assistindo. Aperto o play, e a palavra quase salta da minha boca. Fuga.

É a única palavra que vem na cabeça. Esse meu hábito de não encarar os problemas, e examinar os reais motivos de me sentir assim, sempre tiveram um desfecho: algum subterfúgio que me permitisse não pensar naquilo por algumas horas, alguma ferramenta que me deixasse anestesiado das angústias reais. Ou seja, um bote salva-vidas (meio) de fuga da realidade. E deixo registrado que acho importante todo mundo fugir da realidade ocasionalmente, mas nunca tornar isso um hábito, ou remédio necessário para enfrentar o dia-a-dia.

Já fugi muito do que me tirou o sono nessas madrugadas, o que me incendiou as razões. Os escombros do que restou, o meu interior, uma bagunça. Essa foi a dura lição que aprendi: nunca apaguei incêndios ignorando as chamas dos meus (in)cômodos internos.



Marcel

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