Prêmio
Qual era o sentido?
Já fazem muitos anos desde que assisti uma novela da Globo, Record ou SBT. Não me recordo a última vez, o qual novela foi. Enquanto algumas não sei nem divisar o porquê de ter dedicado algum tempo da minha vida para acompanhar, outras tantas recordo com carinho nostálgico, o que as tornam melhores em minha lembrança do que (re)assistindo um capítulo ou dois nos dias atuais.
Superando a rabugice costumeira que tenho com minha adolescência, começo de vida adulta de escolhas mal pensadas, me veio a cabeça como em todas as novelas que assisti, se não todas, a maioria esmagadora com certeza, tinham o mesmo epílogo: casamento no final com um parceiro rico. Aliás, tenho dificuldade de lembrar de alguma que não teve esse desfecho.
Tudo bem, não estou aqui para massacrar. Tenho que ser justo com os meus sentimentos e com o meu passado. Algumas novelas marcaram e fizeram parte da minha vida. Foram razão de tensão, alívio, gargalhada, surpresas e tantas outras emoções que uma boa telenovela entrega ao longo dos seus meses no ar.
Sim, de fato a programação diária subverte valores, e acredito que ainda o faça até hoje, coloca o superficial em evidência e leva, de acordo com os sabores da audiência, a mais ou menos capítulos com aquilo que a emissora quer ou deseja que seja relevante.
Foram esses pensamentos sobre o prêmio de se casar e ser rico no final da novela que me trouxeram até aqui. Havia algo de bom, algo de valor, em estar assistindo televisão na sala de casa que hoje a internet pessoal de uma só tela não entrega. E entre tantas coisas que refleti, uma me marcou em especial: o quanto era reconfortante, sentar ao lado dos familiares e compartilhar uma experiência em família.
No sofá, ao lado de entes queridos, repartia-se um pouco do peso dessa vida cotidiana sem sentido, que tanto tenta nos esmagar...
Marcel
Comentários
Postar um comentário