Muros
Rabiscos feitos em uma folha de papel
Um dia desses me peguei pensando sobre o amadurecimento e sobre como a percepção das coisas ao meu redor muda quando adquiro um novo conhecimento ou novo ponto de vista. Vou transcrever minhas anotações.
Toda forma de liberdade é acompanhada de alguma forma de moderação. Liberdade irrestrita não pode ser chamada de liberdade.
Mesmo o pensamento consciente que exerço é limitado pelo meu tempo de existência nessa Terra. E, seu eu colocar os meus pensamentos em um papel, eles poderão durar algumas centenas de anos, mas ainda assim a visão original que tive desses pensamentos foi limitada à minha percepção naquele momento original.
A percepção que tenho do mundo hoje é limitado por um muro. Eu desconheço o que existe do outro lado. Eu posso ouvir sons e relatos das outras pessoas do que há lá. Somente no dia em que eu atravessá-lo é que poderei (vou) compreender o que há do outro lado. Esse é o aumento de percepção de mundo que todos experimentam: a constatação de uma realidade antes incompreendida.
Logo minha percepção, minha nova e recém-adquirida, me diz que logo adiante há novos muros, novas realidades, todas além da minha compreensão atual.
Amadurecer é se desarmar de argumentos que reforçam o que acredito. Amadurecer é despir-se de certezas. E, as vezes, usar uma escada ou mesmo uma marreta para transpor mais um muro...
Marcel
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