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Mostrando postagens de fevereiro, 2024

Histórias sem fim #2

Pedaços de histórias, descontinuados Achados do computador e documentos pessoais Histórias que nunca tiveram contornos definitivos Traçar palavras Traçar palavras sobre a própria vida, deve ser, das tarefas, a mais ingrata já atribuída aos escritores. Olhar para dentro de si, revirar o passado, reviver amores, jogar sal em feridas. Esse momento foi, para minha pessoa, determinado por forças ainda bem além do que consigo compreender. Bom, vamos às apresentações. Sou, de nascimento, José Alejandro Quiqueremos, ou Quique como Aurélio (meu amigo-irmão) gostava de me apresentar. Filho do antigo Capitão do Mar, Euzébio Sales Quiqueremos e da sua senhora esposa, minha mãe, Izadora Libertá. Filho dentre dezesseis irmãos legítimos, cinco bastardos, dois adotados e um cachorro (Bengala). Minha existência raiou sem grandes aspirações. Ser o quarto filho homem, de oito, em uma família tão numerosa requer adaptações. Enxoval reutilizado, berço dividido, e a incansável paciência de minha mãe. Aliás...

Chamas

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Incômodos em chamas às 3 da manhã Eram 3 da manhã quando acordei. Havia uma cacofonia de pensamentos que estavam me pertubando. Eu já tive muitos episódios assim: excesso de pensamentos, preocupações exageradas, ansiedades e uma imaginação ágil com um gato de madrugada me deixando desperto por horas e horas dentro da minha cabeça. Já vivi vidas e travei batalhas inteiras dentro de mim nesses momentos. Desisti de lutar com o sono e me entreguei. Levantei, liguei a televisão e me comprometi a ver um episódio da série que estou assistindo. Aperto o play, e a palavra quase salta da minha boca. Fuga. É a única palavra que vem na cabeça. Esse meu hábito de não encarar os problemas, e examinar os reais motivos de me sentir assim, sempre tiveram um desfecho: algum subterfúgio que me permitisse não pensar naquilo por algumas horas, alguma ferramenta que me deixasse anestesiado das angústias reais. Ou seja, um bote salva-vidas (meio) de fuga da realidade. E deixo registrado que acho importante t...

Hagar #3

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Eduardo Marinho #2

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Coração das Trevas

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Não, não gosto de trabalho. Prefiro vagabundear e pensar em todas as coisas boas que se podia fazer. Não gosto de trabalhar, nenhum homem gosta, mas gosto do que existe no trabalho: a chance de se encontrar. Sua própria realidade, para si mesmo, não para os outros, aquilo que nenhum homem jamais pode saber. Eles só podem ver a mera demonstração, e nunca dizer o que significa de fato.

Reflexos

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 Talvez, em um dado momento no futuro, eu diminua o meu tempo de yoga, e aumente o de meditação. Ou quem sabe eu descarte algo que hoje considero muito importante (videogame? espero que não, quem sabe...). Me percebo aos 40 e tantos anos despertando, despertando para a minha vida. É uma mistura de olhar demorado com a sensação de estar presente. Habita em mim uma certa leveza, uma calma tranquilizadora.  A ansiedade que me acompanhou durante anos, ainda está aqui dentro em algum lugar. Ela (a ansiedade) tenta, mas não está mais com a mão no volante. Hoje mesmo, quando escrevo do longíquo ano de 2023, percebi seus sinais - ou ecos como costumo pensar. É como repassar cenas na cabeça e entender que naquele cenário, até bem pouco tempo atrás, o meu agir era diferente. E acredito que a difença entre saber que eu agia de uma forma para o meu comportamento atual, é que posso chamar de maturidade. Ou talvez sejam apenas reflexos do avançar dos anos. Reflexos que adquiri com a idade. ...

Histórias sem fim #1

Pedaços de histórias descontinuados. Achados do computador e documentos pessoais. Histórias que nunca tiveram contornos definitivos. Acordei cedo Ainda sonolento levantei da cama e me estiquei sentindo o estalar das costas, ou seria da velha cama? Não localizei o relógio na parede e percebi o quão escuro meu quarto estava. Resolvi fazer um café. Coloquei água no fogo, algumas colheres de açúcar e abri algumas janelas tentando adivinhar as horas por causa da minha falta de capacidade em achar um relógio de parede tão cedo e tão escuro. Esbarrei nos óculos e descobri uma nova linha de formigas subindo a parede ao lado da porta da cozinha.  Passei o café e fui até meu galo, Chico. Já estava na hora de alguém trabalhar nesse sítio. Chico me olhou mal humorado de seu poleiro e pude jurar que seu semblante era uma recusa (Chico não gostava de café). Ingrato. Ficamos os dois fitando o pasto e olhando as árvores mais além. Uma pequena faixa laranja riscou o horizonte e Chico estufou o peit...

Histórias

Escrever me surpreende E me surpreendo mais ainda quando fico a vontade para escrever sobre minhas emoções e pensamentos. As tais reflexões, como gosto de nomear. Em um dado momento, olhar para dentro de si, pode ser mais surpreendente ainda. Já aconteceu ao contar um sonho para alguém, uma epifania, um causo. Ou algum "exagero" (pontos que gosto de acrescentar nas muitas histórias da minha vida). E meu gosto por escrever já me fez experimentar muitas coisas. Já fiz diários alimentares, diários do sono (anotações para monitorar minhas horas de acordar e dormir, hábitos, etc) - e também já comecei diversas histórias (contos, trechos) que nunca tiveram conclusão. Ideias bem embrionárias, que nunca desenvolvi para além de algumas páginas. Escavei alguns arquivos antigos do computador e me surpreendi com velhos textos. Começos de histórias. Era apenas eu, e meu velho notebook (um jovem laptop na época) colocando algumas palavras pra fora e exercitando derramar algumas palavras em...

Pensamentos soltos em frases amarradas (2)

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Existe coisa mais pura nesse mundo do que se reconhecer parte de um todo, imperfeito e sujeito a mudanças?

Lados

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Diário Pessoal - 24 de fevereiro de 2023 (*e adaptações) Todos temos um lado feio na alma? Uma mancha no caráter? Sim, eu acredito que sim. Todos temos defeitos, vícios, comportamentos ou atitudes passadas que não nos orgulhamos. Ok. Faz parte. Por isso a importância de pôr o dedo na ferida. Mas sempre no sentido de (re)avaliar aquele(a) atitude/hábito/momento por outro ângulo. Reconhecendo os próprios erros e usando essa avaliação para tomar novos rumos na vida - e também se perdoar. Não é fácil encarar os erros do passado - e não conheço outra forma de fazer as pazes com o passado. E no momento, fazer as pazes com o meu passado, é fazer as pazes comigo mesmo. Cansei de ruminar por eventos que não posso mais mudar. E já que vivo no presente, o melhor que posso fazer com o meu passado é guardar com carinho o que foi bom, me perdoar e aprender com o que foi ruim.  E assim o lado feio da minha alma não vai me despertar à noite. Não alimentar o lado feio da alma é garantir boas noites...