Percepções
Não havia estrelas Os raios dourados que se partiam em feixes laranja-amarelados por trás das nuvens que antes se exibiam nas paredes, são apenas recordações. O manto negro da noite chegava aos poucos para encobrir o que ainda restava de uma tarde quente e muito úmida. Acompanho tudo da minha janela: o lento escurecer, o acender das luzes dos postes, o calor da tarde ser aos poucos substituído pelo mormaço do começo da noite. Um vento acolhedor sopra lateralmente e percorre a rua, quase como a comprimentar todos, anunciando chuva. Chuva? Já? Era o anúncio que se lia no horizonte Tempestades borrando a linha do céu e da terra Mais ao oeste, relâmpagos explodindo dentro de grandes nuvens escuras. Alguns vizinhos conversam na porta de casa Uns bem dizendo a chuva que chega sem ser convidada Outros encaram o céu negro com desconfiança. O vento ganha força. Portas batem em resposta Um gato mia, uma panela vai ao chão em alguma cozinha Um copo quebrado? Talvez Sô...